domingo, 11 de novembro de 2012

Sem rumo

-Bem -foi a resposta - não podemos só deixá-los assim, não é?
O alto estava perdendo a paciência.
-Por que não?
                                                   (A menina que roubava livros)

    A menina andava sem rumo pela capital movimentada, provavelmente fugindo de si mesma ou de sua rotina sem graça e problemática.
Não demorou para que o Sol resolvesse se esconder e a Lua cheia iluminar uma pequena parte do céu, infelizmente nenhuma estrela apareceu para reconforta-la. Elas a tinham abandonado, na verdade todos a tinham abandonado.
Um dia antes seu pai sofrera um acidente e morreu com uma fratura grave na cabeça, sua mãe não aguentou ficar em casa com todas as lembranças dele e acabou se vendendo para uma casa de prostituição de idosas. Seu irmão se casou há um mês e foi morar em outro país com a esposa chata e mesquinha que não gostava dela.
Ninguém tinha se importado em me deixar só, me largar dentro de casa (quando eu ainda tinha casa, confiscaram-na há um tempo e eu tive que fugir), apenas se importaram com eles mesmos.
Estava se lamentando por tudo que tinha acontecido, mas isso não valia mais de nada. Seu irmão não iria voltar para buscá-la, sua mãe não sairia da vida de prostituição, muito menos...
A menina despenca no chão, sem forças, se ter como continuar em seu caminho sem rumo. A única coisa que poderia fazer era chorar. No meio de toda essa tristeza a última pessoa que ela imaginaria ver ali, que foi a única que a abandonou indo mas querendo ficar. Seu pai. Vestido de branco e brilhando como o sol, a chamou e, de repente, ela encontra forças para levantar e o segue para um lugar que ela sempre será feliz e nunca vai ser abandonada. O céu.

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